Ter uma carteira de investimentos diversificada é uma das estratégias fundamentais para mitigar riscos e otimizar retornos. Nesse contexto, tradicionalmente, a diversificação tem sido associada a uma combinação de alternativas de renda fixa e renda variável.
No entanto, uma questão que frequentemente surge entre investidores é se há possibilidade de construir uma carteira diversificada apenas com alternativas da renda fixa. Esse questionamento é relevante, uma vez que essa classe de investimentos é atrativa por oferecer características de segurança e estabilidade.
Você também tem essa dúvida? Então continue a leitura e descubra se é possível ter uma carteira diversificada apenas com títulos de renda fixa!
O que é uma carteira diversificada e qual a importância da estratégia?
Uma carteira de investimentos diversificada é aquela na qual um investidor expõe o seu patrimônio a diferentes riscos. Para isso, ele distribui seus recursos entre alternativas com condições distintas — como classes, setores, riscos e prazos.
Assim, quando um portfólio é bem diversificado, ele não é altamente dependente do desempenho de um único ativo, possuindo ativos que podem reagir de formas diversas às mesmas condições de mercado. Dessa forma, o seu objetivo é reduzir o risco e buscar retornos mais equilibrados ao longo do tempo.
Quais as principais alternativas de renda fixa?
Para compreender se é possível construir uma carteira diversificada apenas com renda fixa, é fundamental entender o que é essa classe de investimentos. Também é preciso saber quais são as principais alternativas que ela apresenta.
A renda fixa é conhecida por oferecer retornos previsíveis, já que o investidor pode conhecer a lógica de remuneração antes mesmo de comprar o título. Isso acontece porque, ao comprar a aplicação, o investidor empresta seu dinheiro a uma entidade — que pode ser o Governo, uma empresa ou uma instituição financeira.
Em troca, o investidor recebe os rendimentos conforme o combinado no ato da compra do título. Agora, conheça as principais alternativas de renda fixa!
Títulos do Tesouro Direto
Os títulos do Tesouro Direto são emitidos pelo Tesouro Nacional e representam o investimento mais seguro do país, já que eles são garantidos pelo Governo Federal. Nesse cenário, existem três tipos principais de aplicações: Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado.
Certificados de depósito bancário
Os CDBs (certificados de depósito bancário) são títulos emitidos por bancos que usam o dinheiro para financiar suas atividades. Nesse caso, a rentabilidade pode variar de acordo com o prazo e a instituição emissora.
Certificados de recebíveis imobiliários e certificados de recebíveis do agronegócio
CRIs (certificados de recebíveis imobiliários) e CRAs (certificados de recebíveis do agronegócio) são títulos lastreados em recebíveis imobiliários ou do agronegócio, respectivamente. Eles são emitidos por securitizadoras.
Fundos de investimento em direitos creditórios
Os fundos de investimento são veículos financeiros geridos por um gestor profissional e formados pelo capital financeiro de diversos investidores com objetivo de investir em alternativas em comum. No caso dos FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), o foco de alocação são os direitos creditórios.
Por sua vez, esses títulos representam dívidas originadas por terceiros, como duplicatas, cheques, contratos e outros. Então os FIDCs são utilizados por empresas para obter liquidez, transformando seus recebíveis em aplicações que podem ser vendidas no mercado financeiro.
É possível construir uma carteira diversificada apenas com renda fixa?
Como você viu, a diversificação da carteira inclui a exposição a diferentes tipos de riscos de investimentos. Embora a estratégia seja frequentemente relacionada à inclusão de alternativas de classes distintas, é fundamental reconhecer a possibilidade de diversificar somente com a renda fixa.
Entenda como aplicar essa estratégia!
Tipos de títulos
Para começar, pode ser interessante escolher diferentes tipos de títulos. Isso significa, por exemplo, alocar recursos em títulos do Governo, CDBs, CRIs, CRAs etc. Cada aplicação traz características únicas de risco e retorno, o que permite ao investidor equilibrar a segurança com os potenciais rendimentos mais elevados.
Regra de rentabilidade
Também é preciso considerar diferentes regras de rentabilidade. Há títulos prefixados, com taxas de juros que não se modificam com o passar do tempo. Ainda, há alternativas ligadas à taxa básica de juros da economia (Selic) ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
Por fim, existem aplicações híbridas, que seguem um índice de inflação — como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) — mais uma taxa prefixada. Portanto, ao buscar títulos com lógicas distintas de retorno, também há a diversificação do portfólio.
Emissores
A diversificação pode ocorrer por meio da escolha de emissores variados, pois eles costumam apresentar diferentes graus de solidez financeira e garantias diversas. Assim, essa abordagem ajuda a mitigar o risco de inadimplência.
Além disso, o investidor pode alocar uma parte de sua carteira em títulos privados, como CDBs, CRIs e CRAs, para aproveitar taxas de juros mais atrativas. Desse modo, a diversificação por emissor dos títulos ainda contribui para equilibrar riscos e retornos.
Data de vencimento
Outro aspecto importante para a diversificação é considerar a data de vencimento das aplicações. Distribuir recursos em diferentes prazos permite aos investidores escolher entre títulos menos sensíveis a mudanças nas taxas de juros, ou buscar aqueles que oferecem rendimentos mais atrativos a longo prazo.
Imagine, por exemplo, um investidor que busca segurança e previsibilidade em seus investimentos, mas também deseja proteção contra a inflação. Nessa condição, ele pode combinar títulos do Tesouro IPCA+ com a compra de cotas de FIDCs, por exemplo.
Fundos de investimentos
Os fundos de investimento oferecem uma maneira conveniente de diversificar em uma variedade de títulos e estratégias. Afinal, eles permitem explorar diferentes oportunidades de rendimento e diversificação sem a necessidade de comprar títulos individuais, com a vantagem de contar com uma gestão profissional.
Perfil de risco
A distribuição dos recursos em diferentes tipos de títulos de renda fixa deve ser adaptada conforme o perfil de risco. Isso significa que investidores mais conservadores podem dar mais peso a títulos de baixo risco.
Já os investidores mais arrojados tendem a incluir uma parcela maior de títulos corporativos ou aplicações de alto rendimento em sua carteira. Com a estratégia, eles buscam ampliar o potencial de retorno.
Flexibilidade
Ter uma carteira de investimentos diversificada em renda fixa costuma ser uma estratégia flexível. Diversificando, os investidores podem ajustar seu portfólio de acordo com suas as mudanças que ocorrem ao longo do tempo.
Entre essas alterações, estão os objetivos financeiros, as condições do mercado e o ambiente econômico. Dessa maneira, a abordagem permite atingir um equilíbrio entre a busca por segurança e a geração de retornos, sem a necessidade de ingressar na renda variável, que é mais volátil.
Como você viu, a carteira diversificada não apenas ajuda a reduzir riscos, mas também permite explorar diversas oportunidades dentro dessa classe de investimentos. Com isso, é possível elaborar uma estratégia mais sólida, que viabilize o alcance dos seus objetivos.
Você quer entender melhor como funcionam os fundos de investimentos em direitos creditórios? Aprenda como é constituído um FIDC!