Em períodos de altas taxas de juros, muitas empresas enfrentam dificuldades para obter empréstimos e financiamentos. Afinal, esse fator encarece o crédito, prejudicando negócios que precisam de capital de giro para manter suas operações.
Uma forma de diminuir a dependência dos tradicionais empréstimos bancários é a securitização de créditos. Ao transformar ativos ilíquidos em títulos negociáveis, ela abre mais oportunidades para captação de recursos, diversificando as fontes de financiamento empresarial.
Neste artigo, preparado pelo time da North, confira mais detalhes sobre a securitização de crédito e o seu impacto na expansão financeira das empresas brasileiras!
O que é securitização de crédito?
Em geral, a securitização de crédito é um processo financeiro que transforma um conjunto de créditos que uma empresa tem a receber em títulos negociáveis no mercado. Com isso, o negócio tem acesso a recursos que seriam pagos somente no futuro.
O seu funcionamento depende da atuação de uma securitizadora. Ela realiza a avaliação e a oferta de compra dos recebíveis da empresa interessada — também conhecida como cedente. É comum a aplicação de um pequeno deságio na proposta de compra desses créditos.
Se a proposta for aceita, a securitizadora paga o montante à vista e converte esses recebíveis em títulos que podem ser adquiridos por investidores. São exemplos de investimentos que passam pelo processo de securitização:
- CRIs (certificados de recebíveis imobiliários);
- CRAs (certificados de recebíveis do agronegócio);
- CRs (certificados de recebíveis);
- Debêntures.
Além da possibilidade de investimento direto nessas alternativas, os interessados conseguem se expor a elas por meio de FIDCs (fundos de investimentos em direitos creditórios). Esses fundos adquirem títulos securitizados, fornecendo liquidez imediata às empresas cedentes.
Qual é o impacto da securitização na expansão financeira das empresas?
A securitização de crédito se consolida como uma ferramenta essencial para a expansão financeira das empresas brasileiras. Destaca-se que o mercado de securitização nacional tem registrado crescimento significativo nos últimos anos.
Em 2024, as empresas captaram uma quantia recorde de R$ 783,4 bilhões no mercado de capitais, com destaque para os instrumentos de securitização. Isso é o que mostra um levantamento da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Os FIDCs estão entre as alternativas de maior destaque, com um volume anual de R$ 81,4 bilhões. Já em CRIs e CRAs, a captação foi de R$ 58,9 bilhões e 41,3 bilhões, respectivamente.
Esse crescimento reflete a crescente confiança de empresas e investidores nesse mecanismo de financiamento. Ele também é resultado das mudanças regulatórias trazidas pela Lei nº 14.430/2022, que estabeleceu diretrizes claras para a atuação das securitizadoras.
A regulamentação aumentou a transparência e a segurança jurídica das operações, incentivando mais negócios a explorar esse caminho para financiamento. Como visto, com o aumento das taxas de juros, a securitização se torna uma alternativa para a captação de recursos a um custo mais baixo.
À medida que o mercado de capitais evolui, esse processo ganha força, ampliando o acesso ao crédito e impulsionando investimentos estratégicos. O avanço promove a inclusão financeira e fortalece a economia nacional, criando oportunidades para empresas e investidores.
Quais são os desafios do crédito bancário tradicional?
Apesar do crescimento expressivo da securitização no mercado, muitas empresas buscam o financiamento bancário — mesmo com os seus desafios. Um dos principais obstáculos é a elevada taxa de juros cobrada, especialmente quando a Selic está em alta.
Além de encarecer os empréstimos e financiamentos, essas operações podem comprometer a rentabilidade dos negócios. Ademais, a burocracia é um fator limitante.
Os bancos costumam exigir uma extensa documentação e realizar análises detalhadas para conceder crédito, tornando o processo geralmente mais lento e complexo.
Esse fator costuma ser um entrave, especialmente para médias empresas que nem sempre possuem um histórico de pagamentos robusto ou um bom score de crédito. A exigência de garantias é mais um desafio.
Muitas instituições exigem que ativos, como imóveis e veículos, sejam dados como garantia para liberar crédito. Porém, é comum que pequenas e médias empresas estejam no processo de aquisição desses bens — que, não raramente, estão financiados.
Nesse contexto, a securitização surge como uma solução para contornar essas limitações, proporcionando acesso a recursos com mais eficiência. Para acessá-la, basta que a empresa possua montantes a receber devidamente comprovados e busque uma securitizadora de sua confiança.
Quais as vantagens da securitização?
Você percebeu que a securitização é uma alternativa ao financiamento bancário tradicional que proporciona vantagens às empresas, certo?
Então veja em detalhes os seus principais benefícios!
Custo mais baixo
Como foi possível verificar, enquanto os empréstimos bancários são conhecidos por seus custos elevados, a securitização costuma oferecer condições mais atrativas. Isso porque o deságio normalmente aplicado tende a ser menor do que as taxas de juros das linhas de crédito tradicionais.
Controle do endividamento da empresa
Diferentemente dos financiamentos convencionais, a securitização não constitui uma dívida. Afinal, nessa solução, a empresa apenas antecipa valores que receberia no futuro. Assim, o seu uso não reduz o seu score e não restringe o acesso a outras formas de crédito.
Diversificação das fontes de financiamento
O uso da securitização amplia o acesso a recursos ao atrair fundos de investimento e grandes investidores. Essa estratégia diversifica as fontes de financiamento, reduzindo a dependência bancária e oferecendo maior flexibilidade na captação de recursos.
Maior flexibilidade financeira
Ao contrário dos empréstimos, em que as condições são definidas pelo banco, na securitização, as empresas podem estruturar operações conforme suas necessidades. Desse modo, é possível adiantar recebíveis estrategicamente, sem prejudicar seu fluxo de caixa.
Menor risco de inadimplência
Outra vantagem da securitização para empresas é a possibilidade de reduzir o risco de inadimplência por parte dos clientes. Tenha em mente que, ao vender o direito creditório, a empresa antecipa o seu montante, eliminando o risco de ficar sem receber.
Você aprendeu que a securitização de crédito pode ser uma alternativa para empresas que precisam captar recursos no mercado. Entender e utilizar essa modalidade no seu negócio proporciona um diferencial competitivo muitas vezes necessário em cenários econômicos desafiadores.
Achou as informações deste artigo úteis? Entre em contato com o time da North para saber mais sobre a securitização e como utilizá-la a favor do seu negócio!